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No entanto, a OCDE ressalva que a recuperação continua frágil, com a persistência de incertezas sobre a possibilidade de futuros ”lockdowns”, ou seja, paralisia de novo da atividade

A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) informou hoje que seu Indicador Composto Avançado (CLIs, na sigla em inglês), projetado para identificar pontos de viragem no ciclo econômico, teve em junho uma ”melhora significativa a partir da desaceleração sem precedente” que atingiu a economia global no auge da crise, em abril.

No entanto, a OCDE ressalva que a recuperação continua frágil, com a persistência de incertezas sobre a possibilidade de futuros ”lockdowns”, ou seja, paralisia de novo da atividade.

O indicador “recuperou-se fortemente” na maioria das grandes economias, na medida em que as restrições relacionadas à pandemia diminuíram gradualmente e a incerteza foi reduzida, “mas continua abaixo dos níveis de antes da pandemia e bem abaixo das tendências de longo prazo”.

Um ritmo similar é visível entre as grandes economias emergentes. Mas a China, que foi o primeiro atingido pelo vírus, se destaca na recuperação, aparecendo como o único com ”sinais de crescimento recobrando o impulso”, enquanto praticamente todas as outras economias estão ” abrandando a desaceleração”.

O indicador da OCDE procura prever momentos de virada da atividade econômica em relação a sua tendência com seis a nove meses de antecedência. A entidade alerta que o mecanismo não deve ser visto como medida do grau de contração da atividade econômica, mas sim como uma indicação ”da força do sinal”.

Assim, em um índice em que 100 representa a média de longo prazo, o dos países da OCDE como um todo subiu de 95,3 em maio para 97,1 em junho. Nos EUA, de 94,3 para 95,7. Na zona do euro, de 94,8 para 97,2.

No Brasil, o índice, que chegou a 101,6 em fevereiro, caiu para 94,7 em abril, subiu para 96,4 em maio e agora ficou em 98,9, sugerindo que o pior já passou.

Na China, o índice ficou em 99,3, idêntico ao mês de maio. No entanto, na Índia, o indicador da OCDE continua próximo do nível baixo da crise.

Fica claro que o mês mais cruel foi abril. E, para o futuro, muito depende se haverá uma segunda onda da pandemia.

Por isso, a OCDE sugere cuidado na interpretação de seu indicador diante de fortes incertezas sobre o impacto dos atuais “lockdowns” e períodos de transição. No mês passado, a entidade tinha alertado que a capacidade do indicador de prever movimentos futuros no ciclo de negócios tem sido severamente reduzido nesse cenário.

Por sua vez, a Organização Mundial do Comércio (OMC) recentemente revisou sua projeção para os fluxos de exportação e importação neste ano. Estima que haverá uma forte contração no comércio, mas não tão grande quanto a baixa de 32% prevista no pior cenário que tinha sido elaborado pela entidade.

Fonte: Valor Investe

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