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Segundo Cepal, Brasil e México, as duas maiores economias da região, devem ter um avanço de 4,5% e 5,8%, respectivamente, após contrações de 4,1% e 8,3% no ano passado

Depois de sofrerem um tombo histórico de 6,8% no ano passado por causa da covid-19, as economias da América Latina e do Caribe devem se recuperar parcialmente em 2021, mas ainda não voltarão aos patamares pré-pandemia. As novas previsões para região foram divulgadas nesta quinta-feira pela Comissão Econômica para América Latina e o Caribe (Cepal).

Segundo os cálculos feitos pela entidade, a América Latina deve crescer 5,2% neste ano, uma revisão para cima da previsão de 4,1% feita em abril. Brasil e México, as duas maiores economias da região, devem ter um avanço de 4,5% e 5,8%, respectivamente, após contrações de 4,1% e 8,3% no ano passado.

Já a previsão para o Produto Interno Bruto da Argentina (PIB) é de alta de 6,3%, ainda insuficiente para reverter a queda de 9,9% de 2020.

Os economistas da Cepal ressaltaram no documento que as previsões estão sujeitas às incertezas relacionadas ao processo de vacinação contra a covid-19 e à capacidade dos países de reverter problemas estruturais que já atrapalhavam o crescimento da região antes mesmo da pandemia.

O crescimento elevado previsto para este ano é reflexo da base de comparação baixa após as contrações históricas do ano passado e dos efeitos positivos gerados pela recuperação da economia global. Importantes parceiros da América Latina, em particular China e Estados Unidos, estão em um forte ritmo de expansão da economia. Além disso, os países latino-americanos também estão sendo beneficiados pela alta dos preços das commodities.

Para 2022, a Cepal prevê que a taxa de crescimento da América Latina e do Caribe será 2,9%, o que representa uma desaceleração significativa em relação ao resultado estimado para 2021. O Brasil deve crescer 2,3% no próximo ano, segundo a entidade. Para o México, a previsão é de expansão de 3,2% e para Argentina de 2,7%.

Além do Brasil, apenas Chile e Paraguai deve recuperar os níveis pré-pandemia na América Sul já em 2021. Todos os outros só retornarão aos patamares anteriores à crise no próximo ano. A previsão da Cepal é que a economia chilena cresça 8% neste ano, depois de um recuo de 5,8% em 2020. Para o Paraguai, a estimativa é de crescimento de 3,8%, superando a queda de 0,6% do ano passado.

No relatório, a Cepal lembrou que a América Latina e o Caribe tiveram um crescimento quase nulo antes da crise causada pela pandemia. A fragilidade dos sistemas de proteção social e de saúde dos países da região se traduziram em aumentos sem precedentes nos desempregos e da pobreza.

Com a covid-19 e as restrições adotadas para conter o vírus, vários pequenas e médias empresas foram fechadas. Houve ainda uma grande desigualdade sobre os mais prejudicados pela pandemia, com as mulheres sendo mais afetadas pelas consequências da contração histórica.

Ainda assim, a entidade já havia ressaltado anteriormente que os programas de estímulo e de auxílio emergencial dos governos da região foram muito importantes para amenizar os efeitos da crise. Sem essas medidas, a Cepal previu em um relatório divulgado em março que a América Latina teria 21 milhões de pessoas a mais vivendo na pobreza, totalizando 230 milhões — e não 209 milhões, como registrado no fim de 2020.

BY ALEXSANDER QUEIROZ SILVA
Fonte: Valor Investe

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